Mesmo com o aumento na produção,o preço do leite pago ao produtor seguiu estável no mercado nacional peloterceiro mês consecutivo. O valor médio do leite em agosto, de R$ 1,0119/litro(líquido – sem frete e impostos), foi apenas 0,08% inferior ao de julho, mas6,11% abaixo do de agosto/13, em termos reais (descontando-se a inflação – IPCAde julho/14), na “média Brasil”. O preço bruto (inclui frete e impostos) foi deR$ 1,0978/litro em agosto, pequeno recuo de 0,14% em relação a julho e 4,9%inferior ao de agosto/13, em termos reais. Estas médias são calculadas peloCepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, eponderadas pelo volume captado nos estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP, emjulho/14. No geral, a estabilidade nos valores ainda é reflexo da demanda poucoaquecida pelos derivados lácteos em grande parte das regiões acompanhadas peloCepea.
Quanto à produção de leite, oÍndice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve alta de 3,8% de junhopara julho/14 e de expressivos 12,77% em relação a julho/13. De acordo comcolaboradores consultados pelo Cepea, as condições climáticas favoráveis nasregiões Sul e Nordeste, o período de safra sulista e investimentos realizadospor produtores no correr do ano influenciaram esse aumento na produção.
Com exceção de Goiás, que teveredução de 0,62% na captação em julho/14, todos os demais registraram alta naprodução. Na Bahia, houve a elevação mais expressiva, de 10,07%, seguida peloRio Grande do Sul, com 9,87%, Santa Catarina, com 7,66%, São Paulo, com 2,5%,Minas Gerais, com 2,4%, e o Paraná, com ligeiro 0,06%.
Por outro lado, o aumento daoferta no campo tem resultado em enfraquecimento dos preços na região Sul doPaís. Além disso, notícias de adulteração no leite sulista também prejudicaramas vendas de derivados, principalmente no Rio Grande do Sul e em algumasregiões de Santa Catarina. Colaboradores do Sul do Brasil afirmaram que aprodução pode aumentar ainda mais nos próximos meses, já que estão no início doperíodo de safra, além de haver previsões de condições climáticas favoráveis etambém queda nas cotações do concentrado.
Para setembro, as expectativasapontadas pelos laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea são,principalmente, de estabilidade nos preços do leite captado em agosto. Dentreas empresas consultadas, 62,4%, que representam 51,2% do leite amostrado,acreditam em estabilidade. Outros 24,7% (34,3% do volume captado) esperamqueda, enquanto os 12,9% restantes apontam alta nas cotações.
No mercado de derivados, houvealta nos preços médios de agosto (até o dia 27) frente aos do mês anterior. Oleite UHT se valorizou 3,03% e a muçarela, 1,97% – ambos negociados no atacadodo estado de São Paulo. O UHT teve média de R$ 2,37/litro e a muçarela, de R$12,96/kg. De acordo com colaboradores, a valorização destes derivados esteveatrelada principalmente à redução dos estoques de derivados em julho e àdificuldade no transporte dos produtos vindos do Sul do País, devido às chuvas.Este levantamento de preços de derivados do Cepea é realizado diariamente comlaticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização dasCooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas deLaticínios (CBCL).
Fonte: Cepea